Uma cerimônia em homenagem à cadeia logística da doação de órgãos e tecidos no estado do Rio de Janeiro foi realizada pelo Terceiro Esquadrão de Transporte Aéreo (3º ETA) da Força Aérea Brasileira (FAB), nesta quinta-feira (21/09), na base aérea do Galeão. Equipes do RJ Transplantes e da Superintendência de Operações Aéreas (SOAer), programas vinculados à Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), além de batedores motociclistas da Polícia Militar, foram lembrados pelo trabalho de excelência em favor do transporte de órgãos para transplantes.
Presente à cerimônia, o coordenador do RJ Transplantes, Alexandre Cauduro, celebrou o trabalho conjunto de toda a cadeia logística, que possibilita o transporte de órgãos no estado do Rio de Janeiro.
“É uma honra estar aqui celebrando a nossa missão, que ilustra muito o trabalho cooperativo. Todo o sistema de transplante está baseado na benevolência das pessoas em realizar um ato de amor sem receber nada em troca. E ainda fazem isso no momento mais difícil de suas vidas, ou seja, quando perdem um ente querido. Isso dá um valor muito grande para a nossa missão no RJ Transplantes”, disse Cauduro.
No Brasil, as doações de órgãos ocorrem de forma solidária e dependem do “sim” dos familiares. Levantamento do RJ Transplantes aponta que o número de negativas, ou seja, quando as famílias informam que não desejam doar o órgão do familiar, vem caindo a cada ano. Em 2015, essa taxa foi de 43%. Em 2022, ficou em 35% das entrevistas realizadas. No primeiro semestre de 2023, a taxa foi de 33%.
Em 2,5 anos de atuação, o helicóptero da Superintendência de Operações Aéreas (SOAer) transportou mais de 407 órgãos. Só este ano, foram 111 voos, o que representa 42% de todas as captações no estado. A aeronave da Secretaria de Estado de Saúde agiliza o processo, que, muitas vezes, trava uma luta contra o tempo, como nos casos de transporte de coração e pulmão, órgãos que têm somente 4 horas para chegar ao receptor.
“Hoje, estamos brindando uma parceria de sucesso que nos dá muito orgulho e possibilita o atendimento de todo o território nacional, contribuindo para salvar vidas”, destacou o comandante tenente coronel Rodrigo Medina.
Comandante do Esquadrão, o Tenente Coronel Aviador Fernando Campos Montenegro , enfatizou a importância da missão.
“Ao longo do ano de 2023, foram aproximadamente 53 órgãos transportados pelo 3º ETA até o dia de hoje. E a cada missão, a cada retorno, podemos ver no olhar diretamente no olhar a felicidade e a vida continuando daquele que recebe o órgão”, ressaltou o comandante. Hoje, o 3º ETA tem 43 pilotos, 34 mecânicos e 19 comissários de bordo.
Representando os pacientes beneficiados, Monique Silva, de 39 anos, recebeu um coração em 26 de fevereiro de 2020 após diagnóstico de Doença de Chagas.
“Agradeço muito a família que me deu o coração. Estou bem e viva muito feliz ao lado da minha família”.